Segundo essa lenda de origem indígena, há muito tempo numa tribo indígena a filha de um cacique ficou grávida sem nunca sem ainda ser casada. Ao saber da notícia o cacique ficou furioso e a todo custo quis saber quem era o pai da criança. A jovem índia por sua vez, insistia em dizer que nunca havia namorado ninguém. O cacique não acreditando na filha rogou aos deuses que punissem a jovem índia. Sua raiva por essa vergonha era tamanha que ele estava disposto a sacrificar sua filha. Porém, numa noite ao dormir o cacique sonhara com um homem que lhe dizia para acreditar na índia e não a punir.
Após os nove meses da gravidez, a jovem índia deu a luz a uma menininha e deu-lhe o nome de Mani. Para espanto da tribo o bebê era branco, muito branco e já nascera sabendo falar e andar. Passa alguns meses, Mani então, com pouco mais de um ano de repente morreu. Todos estranharam o triste fato, pois não havia ficado doente e nenhuma coisa diferente havia acontecido. A menina simplesmente deitou fechou os olhos e morreu. Toda a tribo ficou muito triste. Mani foi enterrada dentro da própria oca onde sempre morou.
Todos os dias sua mãe, a jovem índia regava o local da sepultura de Mani, como era tradição do seu povo. Após algum tempo, algo estranho aconteceu. No local onde Mani foi enterrada começou a brotar uma planta desconhecida. Todos ficaram admirados com o acontecido . Resolveram, pois, desenterrar Mani, para enterrá-la em outro lugar. Para surpresa da tribo, o corpo da pequena índia não foi encontrado, encontraram somente as grossas raízes da planta desconhecida. A raiz era marrom, por fora, e branquinha por dentro. Após cozinharem e provarem a raiz, entenderam que se tratava de um presente do Deus Tupã. A raiz de Mani veio para saciar a fome da tribo. Os índios deram o nome da raiz de Mani e como nasceu dentro de uma oca ficou Manioca, que hoje conhecemos como mandioca.
terça-feira, 22 de abril de 2008
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Contos populares
A velha gulosa
Um garoto estava trepado no mutá, entre os galhos de uma árvore, pescando, quando passou por ali a velha gulosa, que ao vê-lo, pediu-lhe que descesse. O garoto recusou e a velha mandou um bolo de maribondos atacá-lo.
O rapaz matou os maribondos e ela mandou um bolo de tocandiras. As ferroadas das terríveis formigas fizeram com que o rapaz se atirasse à água e então a velha pegou-o com uma rede e levou-o para casa. Aí preparou fogo sob o moquém para moquear a sua caça.
A filha da velha, porém, viu o moço e libertou-o, fugindo com ele, senão a mãe matava-a. Os dois fugiram pelo mato e a velha foi atrás deles. Mas eles fizeram numerosos balaios, transformaram-nos em animais: antas, capivaras, veados, porcos, pacas, cutias. A velha ia comendo tudo e eles iam ganhando tempo. Depois a moça não pôde mais acompanhá-lo e ele seguiu sozinho.
Ia passando por uma árvore cheia de macacos quando ouviu o grito da velha "can-can-can-can!". Pediu aos macacos que o escondessem, eles o esconderam no pote de mel.
A velha passou sem vê-lo e ele seguiu.
Ia passando perto da casa da surucucu quando ouviu de novo o grito da velha. Pediu asilo à cobra, que o escondeu ao fundo da toca. Mas ouviu que a cobra macho mandava a mulher preparar o moquém para o comerem e pediu socorro ao maracanã que comeu duas surucucu. O moço então saiu, andando pelo campo e quando chegou à margem dos lagos, ouviu de novo o grito da velha que vinha vindo. Pediu ao tuiuiu que o levasse para longe. O tuiuiu fê-lo subir às suas costas e bateu as grandes asas, levando-o até pousar no alto de uma árvore, dizendo ao moço que não podia prosseguir, estava cansado. O moço viu do alto da árvore uma choupana e foi lá. Morava nela uma velhinha bondosa que lhe deu de comer. O moço contou-lhe a história toda: quando era garotinho fora apanhado pela velha gulosa. Desde então vinha fugindo e agora era um homem feito.
A velha bondosa olhou-o bem, reconheceu nele seu filhinho desaparecido havia muitos anos. Ficou muito alegre. Os dois se abraçaram e cantaram de satisfação. E desde então o moço ficou na casa com sua mãe e a velha gulosa nunca apareceu por ali.
Um garoto estava trepado no mutá, entre os galhos de uma árvore, pescando, quando passou por ali a velha gulosa, que ao vê-lo, pediu-lhe que descesse. O garoto recusou e a velha mandou um bolo de maribondos atacá-lo.
O rapaz matou os maribondos e ela mandou um bolo de tocandiras. As ferroadas das terríveis formigas fizeram com que o rapaz se atirasse à água e então a velha pegou-o com uma rede e levou-o para casa. Aí preparou fogo sob o moquém para moquear a sua caça.
A filha da velha, porém, viu o moço e libertou-o, fugindo com ele, senão a mãe matava-a. Os dois fugiram pelo mato e a velha foi atrás deles. Mas eles fizeram numerosos balaios, transformaram-nos em animais: antas, capivaras, veados, porcos, pacas, cutias. A velha ia comendo tudo e eles iam ganhando tempo. Depois a moça não pôde mais acompanhá-lo e ele seguiu sozinho.
Ia passando por uma árvore cheia de macacos quando ouviu o grito da velha "can-can-can-can!". Pediu aos macacos que o escondessem, eles o esconderam no pote de mel.
A velha passou sem vê-lo e ele seguiu.
Ia passando perto da casa da surucucu quando ouviu de novo o grito da velha. Pediu asilo à cobra, que o escondeu ao fundo da toca. Mas ouviu que a cobra macho mandava a mulher preparar o moquém para o comerem e pediu socorro ao maracanã que comeu duas surucucu. O moço então saiu, andando pelo campo e quando chegou à margem dos lagos, ouviu de novo o grito da velha que vinha vindo. Pediu ao tuiuiu que o levasse para longe. O tuiuiu fê-lo subir às suas costas e bateu as grandes asas, levando-o até pousar no alto de uma árvore, dizendo ao moço que não podia prosseguir, estava cansado. O moço viu do alto da árvore uma choupana e foi lá. Morava nela uma velhinha bondosa que lhe deu de comer. O moço contou-lhe a história toda: quando era garotinho fora apanhado pela velha gulosa. Desde então vinha fugindo e agora era um homem feito.
A velha bondosa olhou-o bem, reconheceu nele seu filhinho desaparecido havia muitos anos. Ficou muito alegre. Os dois se abraçaram e cantaram de satisfação. E desde então o moço ficou na casa com sua mãe e a velha gulosa nunca apareceu por ali.
Contos populares
Amansando a mulher
Um rapaz enamorou-se de uma menina muito bonita e prendada, mas foi avisado pelos amigosde que ela possuía um grave defeito: teimava sem que ninguém a convencesse. O rapaz, que estava gostando muito da moça, decidiu-se a pedir-lhe a mão em casamento, apesar das informações.
O futuro sogro chamou-o para uma conversa reservada e disse-lhe a mesma coisa. A filha era boa dona de casa, honesta, econômica e séria, mas teimava como jumento.
— Não se preocupe com isso — respondeu o noivo — deixe por minha conta!
Casaram-se. Foram levados para a residência preparada e todos foram embora. Os recém-casados conversaram muito e, pela meia-noite, um galo começou a cantar. O marido resmungou:
Um rapaz enamorou-se de uma menina muito bonita e prendada, mas foi avisado pelos amigosde que ela possuía um grave defeito: teimava sem que ninguém a convencesse. O rapaz, que estava gostando muito da moça, decidiu-se a pedir-lhe a mão em casamento, apesar das informações.
O futuro sogro chamou-o para uma conversa reservada e disse-lhe a mesma coisa. A filha era boa dona de casa, honesta, econômica e séria, mas teimava como jumento.
— Não se preocupe com isso — respondeu o noivo — deixe por minha conta!
Casaram-se. Foram levados para a residência preparada e todos foram embora. Os recém-casados conversaram muito e, pela meia-noite, um galo começou a cantar. O marido resmungou:
— Eu pedi ao galo que deixasse a cantiga para mais tarde.
Continuaram conversando e outro galo os interrompeu.
— Galo teimoso! Merece um castigo. Se ele cantar novamente...
O galo voltou a cantar. O rapaz segurou a espada, desembainhou-a e saiu. Voltou com o galo atravessado na lâmina da arma. Espetou-a num canto do quarto e disse para sua assombrada esposa:
— Para quem é teimoso, tenho ponta de espada!
A mulher encolheu-se toda, tremendo de medo. Nunca se atreveu a teimar. Viveram como Deus com os anjos.
O velho sogro é que ficou espantado com a obediência da filha e tanto perguntou ao genro o segredo que este lho confiou. Deliberou o velho empregar o mesmo processo e, durante a noite, assim que o galo cantou, ele deixou a cama e voltou com o pobre bicho espetado numa faca. E disse, muito sério:
— Para quem é teimoso, tenho ponta de faca!
A velha, sem se alterar, respondeu:
— Perdeu seu tempo! Mata-se o galo na primeira noite, seu bobo.
(Em Cascudo, Luís da Câmara. Literatura oral no Brasil. 3ª ed. Belo Horizonte / São Paulo, Editora Itatiaia / Editora da Universidade de São Paulo, 1984. Reconquista do Brasil (nova série), v. 84, p.307-308)
Continuaram conversando e outro galo os interrompeu.
— Galo teimoso! Merece um castigo. Se ele cantar novamente...
O galo voltou a cantar. O rapaz segurou a espada, desembainhou-a e saiu. Voltou com o galo atravessado na lâmina da arma. Espetou-a num canto do quarto e disse para sua assombrada esposa:
— Para quem é teimoso, tenho ponta de espada!
A mulher encolheu-se toda, tremendo de medo. Nunca se atreveu a teimar. Viveram como Deus com os anjos.
O velho sogro é que ficou espantado com a obediência da filha e tanto perguntou ao genro o segredo que este lho confiou. Deliberou o velho empregar o mesmo processo e, durante a noite, assim que o galo cantou, ele deixou a cama e voltou com o pobre bicho espetado numa faca. E disse, muito sério:
— Para quem é teimoso, tenho ponta de faca!
A velha, sem se alterar, respondeu:
— Perdeu seu tempo! Mata-se o galo na primeira noite, seu bobo.
(Em Cascudo, Luís da Câmara. Literatura oral no Brasil. 3ª ed. Belo Horizonte / São Paulo, Editora Itatiaia / Editora da Universidade de São Paulo, 1984. Reconquista do Brasil (nova série), v. 84, p.307-308)
Contos populares
Para quê....
Era uma vez um homem muito rico que resolveu viajar e então pegou seu iate e saiu pelomundo.Certo dia, chegou a uma ilha maravilhosa, cheia de riachos, de água cristalina e cachoeiras. Tinhatambém muitos tipos de árvores frutíferas e muito peixe. O homem rico começou a andarpela ilha e encontrou um caboclo deitado numa rede, olhando para aquele mar muito azul. Chegou bem perto do caboclo e puxou conversa:
Era uma vez um homem muito rico que resolveu viajar e então pegou seu iate e saiu pelomundo.Certo dia, chegou a uma ilha maravilhosa, cheia de riachos, de água cristalina e cachoeiras. Tinhatambém muitos tipos de árvores frutíferas e muito peixe. O homem rico começou a andarpela ilha e encontrou um caboclo deitado numa rede, olhando para aquele mar muito azul. Chegou bem perto do caboclo e puxou conversa:
- Muito bonito tudo por aqui...
- É...disse o caboclo, sem tirar os olhos daquele mar.
- Tem muito peixe nesse mar?
- É só jogar a rede e pega quantos quiser.
- Por que você não pesca bastante?
- Para quê?
- Ora, você pega um montão de peixes e vende.
- Para quê?
- Com o dinheiro destes peixes, você compra uma canoa maior, vai mais no fundo e pega mais peixe ainda.
- Para quê?
- Com o dinheiro você compra mais um barco, pega mais peixe e ganha mais dinheiro.
- Para quê?
- Você vai juntando, cada vez mais dinheiro, compra cada vez mais barcos, até chegar uma dia em que você terá uma indústria de pesca.
- Para quê?
- Ora, meu homem, você então será um homem poderoso, um homem rico, terá tudo que quiser, tudo o que sonhar, poderá comprar um iate como o meu, poderá comprar uma ilha como esta e então ficar o resto da vida descansando, sem preocupações...
- E o que é que eu estou fazendo agora?
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